Entrevista Correio da Bahia

Maior revelação do rock nacional na década, a cantora baiana mantém-se em alta e estréia como atriz

Priscilla Novais Leone, 30, é a mulher. Da cena underground de Salvador, onde atuou como vocalista da banda Inkoma (1995-2001), à consagração no mainstream ao estrear em 2003 com o álbum Admirável chip novo (Deckdisc), a cantora e compositora Pitty se transformou na maior revelação do rock brasileiro na década. Foi (e continua sendo) a garota certa na hora certa, a mais perfeita tradução do espírito feminino da nova adolescente urbana do país.

Em cinco/seis anos de carreira nacional, Pitty não deixou o sucesso esfriar (um feito e tanto no frágil mercado rocker brasileiro). Na companhia dos guys Martin Mendonça (guitarra e backing), Joe (baixo) e Duda (bateria), expandiu o que conquistou lançando mais dois álbuns, Anacrônico/2005 e (Des)Concerto ao vivo/2007 (também em DVD), não parando de fazer shows por todos os estados, participando de projetos especiais, etc.

Em julho, por exemplo, ela recebeu o prêmio celular de platina pelas vendas do Nokia 5200 da Vivo com o conteúdo de (Des)Concerto ao vivo na memória: 200 mil unidades vendidas do aparelho. E também debutou no cinema ao participar de É proibido fumar, segundo longa-metragem da paulista Ana Muylaert (Durval discos). Antes, a roqueira já havia experimentado a sensação de ser atriz no igualmente inédito curta Charles Manson, de André Moraes.

Na vida pessoal, Pitty passou recentemente por um problema sobre o qual não comenta com a imprensa. Em maio, ela perdeu um bebê aos três meses de gestação, fruto do namoro com Daniel Weskler, baterista do NX Zero (eles moram em casas separadas, mas cultivam vínculos de casados). Dura na queda, tirou apenas dez dias para se recuperar e voltou à estrada. A seguir, leia entrevista exclusiva com a esperta guardiã das gatas Grace Jones e Frida Kahlo.

FOLHA - Em que estágio encontra-se a turnê (Des)Concerto? Vai até quando? Você já pensa em um novo álbum de estúdio?

PITTY - Está se aproximando do fim, creio eu, já que a gente decidiu esticá-la até novembro. Tinha planos de parar em julho, mas foram pintando tantos convites pra shows em lugares que nunca fomos, e sempre lotados, que optamos por isso. Já tô pensando em disco novo sim, mas eu preciso do ócio para criar, e espero formatar esse álbum assim que encerrar a turnê.

F - Aliás, em tempos de música on line, a nova geração consome mais uma ou outra canção do artista do que o álbum inteiro dele. Você acha que o conceito de álbum resistirá para o artista, pelo menos?

P - Resiste para aqueles que ainda se empolgam com a obra fechada. Eu, particularmente quando gosto de um artista não me contento com uma música ou duas. Isso vai da competência da banda também, de ter mais de um par de músicas boas no álbum. Como artista, faz todo sentido montar um disco inteiro, às vezes com um conceito permeando as músicas, às vezes elas significando o reflexo de uma época.

F - Existe, creio, uma sintonia entre o que você canta, suas letras, e o seu público (composto em grande parte por garotas). Você ainda tem esse tipo de identificação com algum artista ou banda que você gosta?

P - Às vezes demora, mas volta e meia aparece alguma coisa que me empolga. Tenho sim, essa identificação e ela me alimenta. É importante ter isso pra mim como fonte de inspiração, como novidade.

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